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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Em fim uma boa notícia:Maranhão tem menor índice de casamentos desfeitos, diz IBGE.

RELAÇÕES DURADOURAS

No estado, de 100 casamentos, apenas 7 são desfeitos, enquanto a taxa do país é de 23 uniões fracassadas em 100 casamentos

JANAINA LAGE*
Da Folha de S. Paulo
A pesquisa Estatísticas do Registro Civil 2009, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que as chances de a união dar certo no Brasil variam de acordo com o local. Em todo o país, a cada 100 casamentos, 23 são desfeitos.
Mato Grosso do Sul é o estado brasileiro com maior risco de a união fracassar: a taxa de insucesso chega a 38%. Em São Paulo, a taxa ficou em 24%. O Maranhão é o estado com menor índice de uniões desfeitas: 7%.
Casados há quase 55 anos, três filhos, Ana de Jesus, 77, e Raimundo Teixeira, 82 – moradores do Bairro do Renascença, em São Luís –, exemplificam o sucesso maranhense. Para o casal, a união longeva se deve a amor, compreensão, sorte e diálogo. “Nunca fizemos nada sem o outro saber”, diz Anita, como é chamada. “Para mim, [o casamento] deve, acima de tudo, ser motivado pelo amor, pela vontade.”
Segundo a pesquisa do IBGE, o casamento entre mulheres mais velhas e homens mais jovens está mais popular. Uniões com esse perfil entre solteiros – primeiro casamento – já representam 23% do total (ou 173,7 mil). Em 1999, eram 19,3%.
Para Claudio Crespo, pesquisador do instituto, os dados refletem o aumento da presença da mulher no mercado de trabalho e do nível de escolaridade. O resultado disso é o adiamento dos planos de maternidade e casamento.
”A sociedade está mudando a forma de ver o casamento e há uma quebra de tabus comuns antigamente”, disse.
Em 2009, a maior proporção deste perfil ocorreu com mulheres de 25 a 29 anos (33%). Elas casaram, em média, com homens de 24 anos. As de 45 a 49 anos que optaram por homens mais jovens se uniram a maridos de 39.
”São mulheres mais bem colocadas no mercado de trabalho, que têm dificuldade de encontrar parceiros na mesma idade e que têm segurança para escolher. Não é uma revolução. A maioria delas ainda não reproduz o padrão masculino de casar com uma mulher 15 anos mais jovem”, afirma a antropóloga Miriam Goldenberg.
A pesquisa não investigou a proporção de segundos ou terceiros casamentos de mulheres mais velhas com homens mais jovens, mas existem indícios de que essa fatia também está em alta. A proporção de divorciadas que casaram com solteiros passou de 2,2% para 5,3%.
Nos EUA e na Europa, o movimento ganhou força e as mulheres independentes e interessadas em homens mais jovens foram apelidadas de “cougars” (na tradução literal, “pumas”). De modo geral, no Brasil as mulheres casam pela primeira vez aos 26 anos; os homens, aos 29.
‘Recasamentos’ – As alterações na legislação sobre separações e divórcios contribuíram para aumentar o número de “recasamentos”. Em 1999, eles representavam 10,6% do total. No ano passado, chegaram a 17,6%.
E a perspectiva é que em 2010 aumentem ainda mais com a instituição do divórcio direto e sem prazo.
No ano passado, a taxa de divórcios teve leve queda para 1,4/mil habitantes. A taxa de separações ficou estável em 0,8/mil habitantes.
A participação das mulheres a partir dos 30 anos no total de registros de nascimento cresceu de 14,8% para 16,8%. Em alguns locais, as essas mães já têm participação maior do que as mães adolescentes, de 15 a 19 anos, como em São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.
(Com Redação do JP)

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